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Professora usa poesia como arma para combater prática de bullying em escola do Distrito Federal

A iniciativa rendeu à professora o Prêmio Professores do Brasil. Para contar essa história, Esse projeto foi muito importante na minha vida”, afirma Raquel

A poesia foi a arma encontrada pela professora da rede pública do Distrito Federal Raquel Alves para combater o bullying, atos de intimidação ou discriminação eventualmente presentes no ambiente escolar. A iniciativa rendeu à professora o Prêmio Professores do Brasil 2017. Para contar essa história, ela é a convidada do programa Educação no Ar desta semana, que estreia nesta quinta-feira, 14, às 9h45, na TV NBR.

A docente também foi convidada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para falar sobre seu projeto no 15º Encontro do Plano Nacional do Livro Didático (PNDL). “Esse projeto foi muito importante na minha vida”, afirma Raquel, que teve como uma das premiações uma viagem para conhecer a educação na Irlanda.

Raquel, professora do Centro Educacional Gesner Teixeira, de Planaltina (DF) idealizou o projeto quando observou que na sala de aula havia alunos de região mais elitizada da cidade que faziam piadas e ridicularizavam colegas que moravam na periferia. Ela então propôs que os alunos escrevessem sobre o tema Pequenas Alegrias no Lugar em que Vivo.

“No primeiro momento, a ideia não foi muito bem aceita. Os alunos que moravam no Entorno achavam que não tinham o que falar do lugar onde viviam”, relata Raquel.

Com o tema, a professora conseguiu reunir grupos que mesclavam alunos da capital com os das cidades vizinhas do estado de Goiás, e que, de acordo com ela, acabaram se ajudando na elaboração de rimas, o que ajudou a derrubar preconceitos e reduzir a prática de bullying entre os colegas.

Raquel defende que as escolas não podem ficar omissas em relação à prática do bullying, que na opinião dela é um dos maiores problemas das instituições de ensino do Brasil. “Eu acredito que nós, professores, precisamos desenvolver algum tipo de projeto que incentive o respeito e a solidariedade. Trabalhar com valores vai nos permitir combater o bullying nas escolas”, destaca a professora.

Confira os horários de transmissão do programa Educação no Ar

Professora usa poesia como arma para combater prática de bullying em escola do Distrito Federal

Especialistas indicam formas de combate a atos de intimidação

Um em cada dez estudantes brasileiros é vítima de bullying – anglicismo que se refere a atos de intimidação e violência física ou psicológica, geralmente em ambiente escolar. O dado foi divulgado esta semana pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2015.

Especialistas, como a professora de psicologia Ciomara Shcneider, psicanalista de crianças e adolescentes, defendem que pais e escola devem estar atentos ao comportamento dos jovens e manter sempre abertos os canais de comunicação com eles. Para ela, o diálogo continua a ser a melhor arma contra esse tipo de violência, que pode causar efeitos devastadores em crianças e adolescentes.

A Lei nº 13.185, em vigor desde 2016, classifica o bullying como intimidação sistemática, quando há violência física ou psicológica em atos de humilhação ou discriminação. A classificação também inclui ataques físicos, insultos, ameaças, comentários e apelidos pejorativos, entre outros.

bullying se diferencia das brigas comuns – as que chegam às vias de fato ou as que ficam apenas na discussão. Isso é considerado normal por Ciomara e chega, segundo ela, a fazer parte do desenvolvimento. O problema, afirma, é quando se torna algo rotineiro, em que um jovem ou grupo começa a perseguir um ou mais colegas.

De acordo com Ciomara, crianças que têm um perfil mais retraído costumam ser as maiores vítimas. No geral, elas apresentam maior dificuldade para se expressar ou se abrir em casa ou na escola. O medo de piorar a situação, quando a chantagem costuma fazer parte das agressões, também contribui para o silêncio.

“Os casos de bullying começam muito mais silenciosos e, por isso, são mais graves. Quem sofre a agressão não conta nem na escola nem na família, mas começa a mudar o comportamento”, explica. De acordo com ela, queda no rendimento escolar, faltas na escola e mudanças no comportamento são os sinais mais frequentes apresentados por quem sofre esse tipo de violência. Por isso, família e escola devem estar sempre atentos para os sinais que são apresentados pelos jovens.

Os mesmos cuidados, alerta a psicóloga, valem para situações enfrentadas fora da escola, seja no mundo virtual – como em casos de cyberbullying –, na vizinhança onde moram ou nos locais que costumam frequentar.

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