Antes disso, aos 15, Isabella havia passado em uma faculdade particular. Mas não conseguiu bancar as mensalidades. O sonho precisou esperar.
“Eu chegava da escola, dormia um pouco e só de noite estudava. Tinha que equilibrar o ensino médio e o concurso, mas era meu objetivo e eu consegui”, contou em entrevista à Record Brasília.
Com poucos recursos, Isabella se preparou usando materiais gratuitos de cursinhos locais e um celular que ganhou em um sorteio. A estratégia era clara: conseguir um trabalho estável, guardar dinheiro e então pagar a faculdade com recursos próprios.
No meio do caminho, perdeu a avó — uma das maiores incentivadoras de sua trajetória. A dor se somou à pressão, mas não paralisou.
“Tudo que eu passei foi para o meu bem, para minha maturidade”, disse.
Agora, aguarda o período de convocação após a aprovação no concurso, enquanto segue firme no propósito de construir o próprio caminho até a medicina.
Para a mãe, Suely Ferreira, a filha é motivo de orgulho.
“Os jovens não querem estudar porque não têm incentivo. Acho que todo pai e toda mãe tem que incentivar os filhos a estudar, porque tudo que vem fácil, vai fácil. Hoje em dia tem que lutar pelos seus objetivos. Sempre achei que eu tinha que ser mãe, companheira e amiga, tudo na vida da minha filha, porque um dia sei que ela vai me ajudar”, afirmou.
A história de Isabella é sobre foco, escolhas conscientes e preparo — mesmo quando o cenário não oferece garantias. Uma jornada que está só começando, mas já demonstra o peso de quem, cedo, aprendeu a traçar metas e trabalhar para alcançá-las.